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terça-feira, 10 de junho de 2008

talvez...



Talvez um dia estas palavras
Se desprendam do papel...
E poisem suavemente nos teus lábios...
E o teu sorriso seja...
Em cada instante uma brisa...
Num pôr-do-sol junto ao mar...
Talvez um dia a felicidade
Deixe de ser apenas uma palavra
E venha adormecer, todas as noites,
Nos meus braços.
Talvez um dia todas as palavras
Deixem de ser palavras
deixando de escrever...em segredo...
Este poema dentro de mim...
Talvez um dia estas palavras
Sejam palavras que não se escrevem...
E este poema não será mais...
Que o teu sorriso ou os meus dedos...
Acariciando os teus cabelos...

terça-feira, 3 de junho de 2008

eu não vivo...finjo...


Será que vivo uma fantasia dentro da minha própria realidade?
É bem possivel...
Finjo estar feliz... quando por dentro estou dilacerada...
Finjo que sou forte... quando há muito estou "feita em cacos"...
Finjo que ninguém me magoa... quando vivo espezinhada por dentro...
Finjo que estou bem sozinha... quando anseio estar sempre rodeada de pessoas...
Finjo que tenho coragem... quando vivo aterrorizada...
Finjo que sou uma lutadora...quando já pousei as "armas" e limito-me a sobreviver no dia a dia...
Finjo que amo a vida... quando todos os dias compro ...em suaves prestações o bilhete de partida...
Finjo que não tenho saudades...quando em cada minuto que passa espero a sua chegada...
Finjo ser independente...quando o que sinto é que sou uma criança a precisar de colo...
Finjo que sou boazinha...quando no fundo só quero um pouco de atenção...
Finjo que está tudo bem... quando nada na vida corre de acordo com a minha forma de ser e estar...
Finjo que estou em forma...quando já não sinto resistências para correr nesta "maratona"...
Finjo que sou calma... quando por dentro me sinto um furacão e vivo num frenesim...
Finjo que sou uma pessoa de principios rígidos... quando me apetece é quebrar as leis todas...
Finjo que sou um "animal domesticado"... quando sou uma "fera enjaulada"...
Sorrio durante o dia...à noite choro....
Faço certos projectos...e apetecem-me outros....
Falo baixo... mas a vontade é gritar....
Estou em sossego... mas quero confusão...
Sou dócil... quando deveria era "partir a loiça toda"...
Vivo numa paz podre... quando me apetece viver numa loucura infernal...
Meço as palavras... mas a vontade é ser desbocada...
Abraço a monotonia...mas gosto da novidade...do inesperado...dos contrastes...
Às vezes questiono-me...
Quem sou eu?...
Porquê usar uma máscara?...
Estou a enganar quem?
Só a mim mesma!

No fundo vivo... entre a realidade e a fantasia...

domingo, 18 de maio de 2008

felicidade....


Toca-me com tuas mãos macias e firmes...
Envolve-me em teus braços...
Faz com que eu feche os olhos...
Penetra no meu coração trancado...
Traz uma lágrima embrulhada para presente...
Um sorriso num pedaço de jornal...
Uma margarida cheia de vida...arrancada de um jardim alheio...
Vem...
Deixa eu fingir que estou mandando...
Deixa eu achar que estou podendo...
Faz-me ter medo...
De ti... de mim...
Vem felicidade...
Sei que assustas..
mas quero-te encarar de frente...
Vem...deixa-me sentir-te...

terça-feira, 22 de abril de 2008

há certas horas...


Há certas horas...que não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca... nem desejamos corpos a encontrarem-se na maciez da cama...
Há certas horas...que só queremos a mão no ombro...o terno olhar...a palavra amiga...o apertar de mãos...o afago no rosto...
o abraço apertado...ou mesmo o estar ali...quietinho ao lado...sem nada dizer....
Há certas horas...quando estamos...tristes...cansados...magoados...
Que desejamos a presença amiga...a ouvir-nos paciente...
a brincar connosco...a fazer-nos sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas... mesmo que sem graça...
Que ache as nossas tristezas... as maiores do mundo...
Ou que nos teça elogios sem fim...mas que apesar de todas essas mentiras úteis...
Nos seja de uma sinceridade inquestionável...pura e sincera...
Alguém que nos mande calar a boca...ou que nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer...acho que estás errado... mas estou do teu lado...
Ou alguém que apenas diga: quero-te muito...baixinho...

terça-feira, 15 de abril de 2008

meras...palavras...


Eu aprendi que...

não são as pessoas que nos decepcionam...

e sim nós...

que esperamos muito delas...

domingo, 23 de março de 2008

tempo....


...Quero um pedacinho de tempo para poder descansar esse peso do mundo que estou sentindo em meus ombros ...
Um tempo onde não me perguntem nada...nem me peçam nada...apenas me permitam o direito de dar vazão ao pranto que venho engolindo com o café-da-manhã...enquanto visto a máscara de "olhem como sou valente e forte" ....
Quero ser a criança que pode chorar livremente até que me ponham no colo... restabelecendo assim... o equilíbrio que necessito para dormir em paz...
Quero me aventurar na busca dos sonhos...sem ter que vê-los pintados com as cores do desânimo...ou coloridos com as cores do impossível...
e quero poder brincar com meus sonhos como se fossem massinha de modelar ilusões ....
lambuzar neles meus dedos... até decidir quando precisam se desfazer ...
Quero ter companheirismo também nas horas em que tudo parece se ter perdido...e encontrar apenas um ombro onde possa repousar meu cansaço...um ombro... que seja silêncio e carinho...
Quero deixar que me invada toda a dor do mundo nesteinstante..porque ela é minha...real...única e que como...tal seja aceita e compreendida ... mesmo que eu ainda não saiba lidar com ela ...
Daqui a pouco tudo vai parecer diferente e novo...eu sei...
Vou secar os olhos e vou à luta outra vez e da dor hei-de ressurgir mais forte ...
Porque sou noventa e nove por cento matéria que dificilmente se desintegra ...
Então por favor...por um momento apenas... neste meu pequeno momento humano...neste "por cento" de fragilidade... quero ser igual a todo mundo e chorar ...

sábado, 19 de janeiro de 2008

palavras....apenas...




palavras rabiscadas em folhas virgens...
um turbilhão delas...
escritas...bem delineadas...palavras belas...doces...
ocas...fúteis...para quem as receber...
desejadas...conscientes...queridas...verdadeiras...mas...
são apenas palavras...um conjunto de letras unidas...
salpicadas de muita ternura...se dela precisarem....
plenas de desejo...sedução...se o desejarem...
mas...meras e ocasionais palavras...uma falsa modéstia...
um desejo de querer...e não querer...seduzir...provocar...
adocicar...desejar...deturpar...
palavras ditas...a quem mais...necessitar....
dirigidas...atiradas... elas deslizam...serpenteiam
em busca da fragilidade...da carência...
rodopiam...dançam...entrelaçam-se...
palavras que ditas...apenas...
sem existir algo de intrínseco...de puro... belo...e verdadeiro...
a direçao delas...é a que mais lhe convém....
essas palavras...todas iguais...apenas um aglomerado de letras
indistintas...desgastadas...pelo uso...indevido...banal...
palavras ao...vento...brotam...jorram...vomitadas...
palavras...esculpidas...desenhadas pela solidão e desgaste...
essas tais... que já...foram...já...significaram...
agora...apenas palavras...tão somente...
apenas elas...