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sábado, 28 de abril de 2007

...escrever...


Escrever...

é transbordar sentimentos...

que ao invés de lágrimas...

derramam-se em palavras...

e deslizam....lenta e docemente

não pela face...mas...

por folhas em branco....

puras... acetinadas

como se de um céu se tratasse...
numa simbiose perfeita...
(S. M.)

quarta-feira, 25 de abril de 2007

sonhos...




Hoje um amigo falou-me de sonhos...

Sonhos??

Acho que não tenho...no entanto escrevi a palavra "acho", para que a resposta não seja conclusiva... e contundente...

Páro para pensar no que ele disse ...e é incrível como umas simples palavras desviaram os meus pensamentos....

Passei horas a pensar num vazio constante...restrito ao meu círculo pessoal... eu mesmo...

Saudades do tempo de menina que sonhava com o meu espaço... era rebelde embora ainda o seja...mas antes agia sem pensar, sempre convicta nas atitudes desejando o estado independente...

Conquistei tudo, embora o tudo possa ser um nada...

Alcancei o meu espaço... traço os meus objectivos, mas...hoje fizeram-me olhar para mim... e eu não vejo sonhos....

O que são os sonhos??

Serei assim tão ausente das vidas cíclicas... fria... perante tantas situações que nem comento e outras tantas que ...reservo para mim?

Talvez esconda o que não goste de revelar... talvez...

Mas sonhos não... isso não tenho... já tive!!
(Maresia)

sábado, 21 de abril de 2007

...enrolada...



dentro de uma concha


enrolada em mim


isolada...


fechada...


parada...


assim me sinto


assim quero ficar...


até que um dia


eu queira


desabrochar...
(F.)

segunda-feira, 16 de abril de 2007

...Farrapos...


Farrapos de mulher....
atirados ao mundo,
devorados por homens famintos...
pedaços de alma....
desacreditados no verdadeiro amor...
Sementes que germinam e secam depois...
por deixarem a terra de quem semeou...
E neste perder da mulher...
neste querer e não querer...
neste remexer das entranhas,
nesta busca incontida...
de alguém que recupera os farrapos...
esgotam-se as energias...
e fica o cansaço do corpo ...
(Maresia)

sexta-feira, 13 de abril de 2007

...caminho...




Ninguém poderá construir por mim...
as pontes que precisarei de passar
para atravessar o rio da vida...
Ninguém.... excepto eu...
Por certo que existirão inúmeros atalhos...
pontes e semideuses que se oferecerão
para me levar para lá do rio...
Mas isso... custar-me-ia a minha própria pessoa...
e eu... hipotecar-me-ia e me perderia...
No entanto... existe no mundo um único caminho
por onde só eu posso passar...
Para onde me leva?
Não pergunto...
Sigo-o... apenas...
(Maresia)

domingo, 1 de abril de 2007

...a Palavra...



Quando... as palavras já não sustentam o peso de um sentimento que ocultamos,
com um medo aterrador, de nos tornarmos emigrantes ilegais... num coração naturalizado, há muito... na pátria da fidelidade....elas... as palavras, servem apenas para preencher... o espaço vazio, em que inventamos... um quintal semeado de nada...
e, nada é mais brutal... que a sensação de manusearmos o abandono...
convencidos... que estamos em perfeita comunhão com um corpo... sedento de paixão... no jogo de enganos...
A palavra...é uma muleta carunchosa...
Pobre da escritora que se atreva a descrever como erótico...
aquele instante em que um homem sentado ao seu lado...
quase ausente...finge uma terna quietude...
como quem assiste... no escuro do teatro....

à estreia de uma carícia...
(VA)